sexta-feira, 25 de abril de 2008

Era uma vez em Beverly

Beverly Hills rende mesmo várias piadas. Direção de atores, aula em que um guarda-chuva se faz necessário, dada a quantidade de perdigotos lançada ao quórum de alunos, geralmente bemmm restrito. O que seria uma redundância, já que quórum significa número mínimo e pessoas presentes. Blábláblá. A prova, aplicada na semana passada, apontava a seguinte questão: Jack Nocholson quer participar do seu próximo filme, embora não se encaixe no papel, e lhe envia a mensagem (juro, isto está na prova): “Quero ser ator principal desse teu filme (filmeco , imagino). Com uma condição: eu faço o papel como bem entender e quiser. Ninguém me dirige, eu me auto dirijo; levo comigo meu próprio coach para orientar. Topas?” Informal este senhor, não? Pois é. Você pode e não aceitar, mas te que justificar as duas respostas. ??? Conheço sim OU não. Sim E não tá difícil. Enfim, bem-vindo a Beverly. Quando sim, não vale “Porque confio no meu taco”, quando não, “Porque JN (de novo, ???) se tornou velho e pavorosamente feio”. Sim, isto foi questão de prova. Na aula de hoje, as babuínas (eu e Carol) entram na sala, atrasadas, como de costume, e prontamente uma ligeira discussão se sucede. Professor dizendo para um aluno que não é grosso; fosse grosso, o aluno teria conhecimento. As babuínas não entendem, afinal, a briga é em Língua Portuguesa, que não é seu idioma natural. Aluno: “Mas, professor... Profff... Prr... p..” Não conseguia terminar uma frase, uma palavra, na verdade. E o professor dizendo que isto é uma falta de educação, característica, segundo ele, desta turma de forma geral. “Quem vai ser seu ator”, para outro aluno, que balbucia: “O Bru...”. “Hoje não. Hoje vou dar aula. Aula meeeeeesmo”. Assumindo o risco de me tornar repetitiva, comento: ??????????? Pois é, nem eu.

Eu explico

Há tempos procurava um nome para um blog de pérolas como este se propõe a ser. Devo ter deixado passar várias “inspirações”, inclusive – principalmente - as minhas.
Maaaas, nada melhor do que uma pérola que virou lenda universitária para dar nome ao refúgio dela mesma e das várias que se seguirão no fantástico mundo de Bob em que vivo. Infelizmente, este deslize sutil não foi cometido por mim, mas por uma nova querida lá de Beverly Hills, onde eu finjo que estudo Cinema. Sim, a minha segunda faculdade, que será melhor apresentada em posts futuros.
Vamos ao que interessa: aula sobre linguagem e ideologia. Aula daquelas em que você descobre que o mundo não tem futuro, que você é um energúmeno regido por normas mercadológicas e que nunca vai ter pensamento próprio. Você é instrumento e objeto da ideologia – chupa essa manga e não reclama. “Não existe pensamento, idéia, fora dos moldes da linguagem. Isso diferencia o ser humano dos outros animais, a linguagem”, insiste o professor que, por si só, figura que é, valeria um post. Quem sabe outro dia. Minha querida Carol manda a bomba: “Mas e os babuínos? Eles têm um vocabulário de 60 palavras. Logo, eles pensam”. A aula foi destruída pelas risadas dos coleguinhas e o professor, gentil, claro, diz: “Preciso de mais informações sobre o assunto”, rindo. A discussão, que se estendeu um pouco mais do que isso – assim como as risadas – rendeu a lenda da faculdade. Sim, a pérola se espalhou pelos cursos da comunicação e é pauta de várias aulas, afinal, o ser humano não está sozinho em seu problema com linguagem. Pelos corredores, Carol é chamada “a garota dos babuínos” ou, simplesmente, “babuína”. Hoje, prometi a ela: o blog vai ser em sua homenagem!
Tá aí, Carol! Aqui se fala a língua dos babuínos!!