quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Yes we can


Estou neste país de doidos há um mês e seis dias. Para alguns dos doidos, hoje foi um dia de lavar a alma, chorar, ter orgulho de ser americano. Para outros, de tirar um peso da consciência e se preparar para o próximo passo. Fato: não é o país todo que está feliz com a transição política que se oficializou hoje, mas a grande maioria está, no mínimo, aliviada e esperançosa.


Esta terça-feira me trouxe a lembrança da posse do Lula em 2003. Brasília lotada de pessoas, um cara incomum chegando ao poder. Obama não é perfeito, salvador da pátria, milagreiro. Também não tem lá as propostas mais consolidadas e extravagantes em relação à guerra, imigração ou energia. Mas ele chegou lá, ponto.


Ok, as eleições por estas bandas são bem diferentes das nossas, e nem ele é um metalúrgico vindo do chão de fábrica. Mas Obama é sim um homem negro que chega ao poder após oito anos de Bush – este, coitado, saiu mais escorraçado do que argentino quando toma chocolate do Brasil em solo nacional. Aqui se faz...

Enfim, a mudança foi abrupta, não houve um processo de transição entre o capeta e um negro com origens islâmicas. Lembrar não faz mal: negros têm direito a voto há apenas 40 anos. "Apenas" sim.

Babú opina: Yes we can. Se eles podem mesmo, eu não sei. Se os americanos vão fazer deste um país mais justo, menos hipócrita, desigual e, especialmente, desleal com outras nações é a pergunta que eles não sabem – ou não querem – responder por enquanto.


Ok, eu estou em uma cidade democrata por definição e, sim, as pessoas por aqui, ao que parece, vêem o mundo de uma maneira mais única, interdependente. Porém, o desperdício de comida e descartáveis é absurdo, o consumismo é exagerado, o uso da eletricidade é irracional, a geração de lixo é descomunal. É... A vida por aqui é super size.


Portanto, eu não sei se eles podem, mas pensar em mudar é um começo. E acompanhar de perto um ano desta tentativa será... Bom, babú não sabe, mas conta aos poucos.

Foto do dia: mandou bem, hein papai? Agora só não esculhamba, né?


Ah, sim. Resumo do mês: pé na jaca. Porque eu me apropriei por usucapião do inexistente verbo jacar. E já faz alguns anos...