domingo, 12 de outubro de 2008

Dia de festa no Valo Velho

O assunto “eleições” é inesgotável. Lá na província, foram para o segundo turno o dono da meia Pajero contra a chapa da senhora dos R$ 15 mil em linhas telefônicas. A dona da academia não levou. Depois de sete anos sem ver esta professora, encontrei a bela no casamento de amigos dos tempos do colégio. No casório, dois sapos goela abaixo e um Eu Perguntava Do You Wanna Dance depois, topamos, eu e meu irmão, com a bonitona. Ela não fazia a menor idéia de quem eu era. Talvez tivesse uma vaga lembrança da fisionomia do meu irmão, já que o garoto é Pop. Mas ela me abraçava tanto que me senti no auge do populismo de Getúlio ou JK. A pergunta não poderia faltar: “Vocês estão sabendo que eu sou candidata a...” Interrompi: “Sim, professora. Recebi seu e-mail”. (Encaminhado pela Rê com o algo do tipo no campo do assunto: ONDE ESTE MUNDO VAI PARAR??) “Então, vocês...” tentou e eu mandei: “Nós não votamos aqui”. Meu irmão quase arruinou a lorota, mas se recompôs. Tentando ser educado, perguntou o número dela. “XX.666”. Eu me contorcia pra não soltar a piada, quando ela mesma se encarregou: “Meus alunos inventaram um slogan. Besta por besta, vote na besta da XXX”. Eu não falei nada, foi ela!

No domingo da eleição, fui buscar a Mari (sempre a Mari). Ela ia me ajudar com um trabalho da faculdade. A Pa, gente finíssima amiga dela, fala em linguagem de sinais e eu queria filmar. Justificamos nossos votos (não entendeu, lê o post anterior) e fomos para a festa beneficente em que Paola e família estavam ajudando. “Se prepara que nós estamos indo para a faixa de Gaza” manda a Mari. E lá fomos eu, Mari e negão para o extremo sul de São Paulo, divisa com Itapecerica da Serra, o literal fim do mundo. Lá onde não chega saneamento, educação, saúde, cultura , internet sem fio de graça, carrega-na-catraca-carrega-na-catraca-carrega-na-catraca, sorria-meu-bem, lei cidade limpa ou obras tipo ponte estaiada . Em algumas ruas, o asfalto não chegou. Luz elétrica é gato.

Coincidência ou não, lá estávamos nós, lugar que a política pública deve observar via Google Maps, em um domingo de eleição. Na sexta feira anterior eu e a Mari tentávamos inutilmente convencer uns garotinhos de que o pensamento deles era medíocre. Eles não acreditavam no Kassab, não conheciam suas propostas muito menos seu passado. Afirmavam com veemência que votariam nele para a Marta não ganhar. E qual é a diferença? Nós ficamos sem a resposta e um deles ficou com o número errado do celular da Mari, hehe.

De volta ao Valo Velho, como é conhecido do bairro em que estávamos, a festa rolava em um orfanato, um tipo de abrigo daqueles para os quais crianças em situação de violência ou risco são mandadas pelos Conselhos Tutelares. O termo politicamente correto, segundo aprendi nos tempos de JO, é crianças vitimizadas. Lê-se: expostas a todo tipo de perrengue, violência, estupro, alcoolismo, trabalho infantil etc., etc., etc.

Era uma festa de dia das crianças.

No caminho de volta, nem eu, nem a Mari sabíamos direito o que dizer. Um mega nó na garganta permitia apenas alguns comentários vagos. As ruas estavam cheias de santinhos de candidatos pelo chão. De volta a Beverly Hills na segunda feira, a patota comemorava a vantagem do Kassab no primeiro turno. Na periferia, a Marta ganhou disparada.


Eu ainda me pergunto qual é a diferença.


PS: Obrigada Mari. Por tudo.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Perdi a paciência

Embora tenha lido bastante sobre as eleições municipais deste ano, este é um assunto que eu não pretendia avacalhar em babuinês. Pensava que descer a lenha contra este ou aquele candidato em conversas fervorosas de bar me bastaria. Não bastou. Um comichão – talvez saudade de um veículo e uma pauta na mão – me fez escrever aqui algumas considerações sobre a atual corrida eleitoral.

Se brasileiro tem memória curta, curte um populismo barato, define sua opinião com base em pesquisa eleitoral, vota por amizade, não se interessa por política, vende o voto etc., são especulações e, sinceramente, desculpas esfarrapadas para nós, que temos acesso à informação, não buscarmos saber o máximo possível sobre um candidato. Estas características existem sim, mas o que se deve levar em consideração é que este é um país com 14 milhões de analfabetos (Pnad 2007) e, convenhamos, este número não é real, principalmente se considerarmos o analfabetismo funcional, traço da maioria do eleitorado, creio eu. O brasileiro não tem acesso à informação de qualidade (sim, ela existe) e vende não só o voto, mas o corpo, a alma e, às vezes, até a vida por um prato de comida. Eu não estou pegando pesado. Dizer que a “massa” é burra, condicionada/direcionada, amorfa é fácil se quem supostamente tem conteúdo dá uma de Pilatos porque está muito bem, obrigado, achatado na classe média ou comprando muamba nas Daslus da vida. Não está tudo bem. O trânsito, a violência, a desinformação, a falta de educação e saúde, o desemprego, o crescimento desordenado/fragmentado/localizado das cidades, enfim, problemas, uma hora batem à porta de todo mundo.

Omissão é inaceitável, pelo menos para quem tem acesso à informação. Quem dirá por parte de quem a faz ou a pretende de maneira séria.
Portanto, para quem ainda pretende votar para vereador e prefeito nas próximas eleições, eu sugiro que dê uma olhada neste site.
http://www3.tse.gov.br/sadEleicaoDivulgaCand2008/

Aqui você vai encontrar o que o seu candidato declara como “bens” e pode observar se o que ele diz que tem condiz com o estilo ou forma de vida que ele leva, com o plano de governo e até com as diretrizes da sigla que ele se diz fiel.

Exemplo? Meu domicílio eleitoral é a província, Santo André. Lá, uma ex-professora minha, candidata à vereadora, dona de uma certa academia de rede – daquelas enormes, que prometem resultados em 45 dias, sabe? – atual esposa de um certo empresário que detém uma das maiores firmas de refeições prontas do país, pois é, ela mesma, se esqueceu de declarar inclusive, a academia. De onde virá o dinheiro da campanha? Da comidinha congelada do Pão-de-Açúcar? Nãããão.

Outro? Na mesma amada província uma tal candidata a vice-prefeita por aquele partido do Roberto Jefferson, do Collor, do Cãozinho dos Teclados, que supostamente luta pela causa trabalhista, declara mais de 12 milhões. Ela tem todo o direito de ser rica, mas R$15 mil em linhas telefônicas, em tempos de telefonia privatizada, soa suspeito. Há ainda o candidato de situação que detém 50% de uma Pajero. Espero que seja a parte da frente.

Aqui na Paulicéia a piada é ainda mais sem graça. Aquele que é o meu ícone na política, que defende o “estupra, mas não mata”, que faz viadutos de diamantes e que vai cobrir as marginais de pistas freeway, o cara que segura a carreira política no carão e, admitamos, tem a maior cara-de-pau da história política deste país, sabe,né? Pois é, ele tem 6.589.650 (perdeu a conta?) ações de uma companhia de ferro e aço que valem R$0,1. Segundo a declaração, a empresa faliu. Ele tem ainda 4.223 cotas de uma sociedade de administração agrícola que valem R$0,83. Sim, ao todo. Total declarado? R$39.185.531,48. Deve ser tudo em frango, com o perdão do trocadilho de parentesco, me refiro à granja da família.

Para não ser injusta com meu ídolo, uma última contradição de uma candidata que adora aparecer em debates de bicicleta, mas que tem três veículos em seu nome. Um carro, duas motos.

O motivo deste post gigante é simples. O percentual de brasileiros com curso superior completo ou em andamento ainda gira em torno de 15%, segundo algumas destas pesquisas duvidosas. Se você pretende votar, procure o maior número de dados sobre o seu candidato e pense no que encontrou. Se você pode divulgar as informações que tem, divulgue. Não vai dar em nada? Eu ainda acredito que se eu mudar uma pessoa, esta pode mudar uma outra pessoa, que pode mudar uma terceira, que pode mudar a quarta... Veja, eu não estou fazendo apologia anti-voto e ninguém tem que (nem deve) pensar como eu. Mas eu acredito sim que a ação de uma pessoa faz diferença, de duas, da sociedade. Ainda mais quando se trata de transmitir informação, afinal, quem recebe esta informação absorve, reflete e age da forma como melhor lhe convier. Como profissional e estudante de Comunicação creio que minha função é fazer chegar a quem não tem a tal Informação de Qualidade.

Estado sempre vai existir e, portanto, independente das ações que colocamos em prática individualmente como cidadãos, procuremos não eleger energúmenos para gerir nosso país.
Ele é nosso.

sábado, 20 de setembro de 2008

Pindaíba Times

É, todo mundo passa por isso de vez em quando: sobra mês no fim da grana – no meu caso, parece que sobrarão meses porque a grana se findou em um passado remoto. Nestas horas que eu percebo quanta besteira desperdiça o meu dinheiro, mas também como alguns mimos – indispensáveis, óbvio – me fazem falta por causa das benditas besteiras que desperdiçaram meu rico dinheirinho antes.

Que mimos? Cineminha, livros, DVDs, minha boa e velha Bohemia, a saudosa Norteña e, claro, meu amigo indispensável, o Marlboritcho. Desculpa se você é um destes antitabagistas xiitas, mas eu respeito as leis de restrição ao fumo e não vou parar de fumar por causa do Serra. Aliás, ele se emprenha em banir o cigarro desde que ocupava o cargo de Ministro da Saúde. Boa sorte a ele. Minha casa, meu carro, a rua e as áreas abertas são livres. E se o garçom disse que em tal área do bar é permitido o tabagismo, por favor, mantenha-se na área livre de cigarro e não reclame, ok fanático (a)? Você pode se sentar em qualquer área; eu, obrigatoriamente, devo me dirigir ao local apropriado. A propósito, isso me lembra o lindoco do Selton Mello em entrevista com o foda Eduardo Coutinho no (infelizmente) extinto Tarja Preta, em que, em meio a isqueiros, cinzeiros e uma baita fumaça, eles comentam que cachorros são bem-vindos em shoppings, lojas, bares, galerias, enfim, lugares “públicos” e afins, mas fumantes não. Adoro cachorros, mas se você não é obrigado (a) a conviver com meu cigarro, eu não sou obrigada a conviver com seu cachorro mal-educado. Assim, ninguém é obrigado a conviver com ninguém, a tolerância é zero e o que está ruim fica cada vez pior. “Mais serenidade”, já dizia o Serginho nos bons tempos do sertão. Mas isso é outra mironga.

Fato é que a pindaíba se instalou por tempo indeterminado na residência de babú. Cinema só de quarta-feira, livro, nem do sebo. DVD..., oi? A Bohemia virou Itaipava e a Norteña... Ah, Norteña... Só de binóculo. Até os itens de suposta primeira necessidade, como manicure e depilação viraram tarefas caseiras. Aprendi no curso da Bovespa que a Juma de hoje será a Paris Hilton de amanhã. Você sobreviveria sem esta informação? Hummm. Pois é. Mas a minha questão não é poupar e sim terminar este ano com a carteira pingando. Porque o ano que vem, se-Deus-quiser-aleluia-irmãos-oxalá-meu-pai, será não menos pindainbento, mas bem mais divertido.

O Marlboritcho fica. Afinal, eu não tenho cachorro para levar ao shopping.

PS: algo me diz que posso prever os comentários deste post.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

É tudo verdade

Volta às aulas em Beverly Hills e, claro, pérolas e pirações inundam o mundo universitário.
Como eu já disse, nós, as babuínas, fingimos que estudamos Cinema. E os professores fingem que ensinam alguma coisa produtiva. Óbvio, esta não é uma visão generalista: há professores e matérias bacanas. O problema é que algumas disciplinas importantíssimas ou potencialmente interessantes são ministradas por zumbis do Thriller de Michael Jackson. A gente não sabe se ri ou entra em pânico.


Fato é que entre aulas vazias – só não são literalmente vagas (quem lembra do colégio?) porque o zumbi X está lá na frente – ou nos intervalos, minha querida babú Carol e a mais nova integrante da trupe, Marcela, encontraram uma forma de canalizar sua criatividade, já que filmar, nada, né?

As duas pensaram: se estes professores tivessem um filme, qual seria? Saíram as coisas mais bizarras possíveis. Os nomes são omitidos para evitar constrangimentos, afinal, sabe como é, ainda estudamos lá:

Professor de Teoria da Comunicação, figuraça idosa, mora sozinho, comprou um celular pra falar com a mãe e escreve contos eróticos: “Segundas Intenções”.


Professora de Estética e Cultura de Massa, bonitona, jornalista metida a intelectual, que tem um dos maiores índices de reprovação de todos os cursos de Comunicação: “Bonitinha, mas Ordinária”.

E por fim, e este eu vou revelar o nome, até porque comentei no primeiro post que ele, por si só, merecia um post, figura que é. Além disso, foi na aula dele que nasceu a geração que domina com nível de proficiência o Vocabulário dos Babuínos.

João, vulgo Johnny, cuja aula – independente da disciplina, Análise da Imagem ou Língua Portuguesa – é uma marretada na moleira. Aquele que diz que somos instrumentos e objetos da ideologia e que idéia própria não existe, chupa esta manga. Mas, de fato, duas das poucas matérias criticas em Beverly, onde se pensa em fazer comunicação pra tipinhos que freqüentam os Shopping Cidade Jardim da vida.

Enfim, o índice de reprovação das disciplinas dele também é bem alto e, às vezes, parece que ele está falando em grego arcaico, sua formação universitária. O cara é linha dura e, por vezes, a galera pasma, cena engraçadíssima de se observar. De qualquer maneira, ele não só mereceu um título de filme, como o cartaz:

domingo, 24 de agosto de 2008

Message in a bottle

Fiquei sabendo duma pérola sua que deve aparecer no Blog.
Priscila, ao dirigir pela primeira vez um peugot 207, testa a o câmbio pra ter certeza de que o carro está em ponto morto. Ao agitá-lo, percebe a leveza do movimento circular exercido pelo instrumento automobilístico e revela um dado importante:

- Caralho, isso não é folga, é férias!

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHA

Meu Deus, que falta vcs vão fazer enquanto eu estiver pelos países baixos!!!!!
bjs, querida
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Pois é, a gafe que o Fê descreveu foi cometida durante a despedida dele, que agora é um temporário morador da Zoropa. Desculpa Fê, mas a folga do câmbio do seu carro em ponto morto é equivalente ao percurso de Sergipe ao Acre, se é que o Acre existe.

É garoto, chegou. Que você se divirta muito, conheça pessoas bacanas e lugares lindos, experimente comidas não identificáveis, tente (em vão) decifrar a língua, faça bonecos de neve, tome cerveja quente e, por favor, não freqüente muito os cafés por aí para poder voltar com pelo menos a metade dos neurônios que tem agora. Que você dê muita risada, atole a bike na neve, descubra que diabos é aquela tatuagem digital da Philips, durma pouco, freqüente muitas baladas bacanas e que não sobre mês no fim do seu dinheiro. Ah, sim: pelo menos tente aprender alguma coisa de Arquitetura, afinal, foi essa a desculpa esfarrapada que você arrumou para viajar!

Estes seis (ou nove) meses serão muito longos sem você por aqui. Acredite, eu e a Rê já tivemos a prova ontem. Mas eu torço para que seja o melhor período da sua vida. Isso, claro, até que cheguemos àquele ponto que prometemos de comemorar cada um dos nossos três aniversários em um lugar do mundo. Haja Mega-Sena!

Não te falei tchau e nem vou falar. Por quê? Te vejo daqui a pouco. Aqui:






terça-feira, 5 de agosto de 2008

Papos

Papo de carro.

Conversa em família entre estradas neste mês de Julho – este foi O mês pé na estrada. Não, não foi divertido.

Alguém:

- É que a Europa está se tornando um continente extremamente idoso, há muitos idosos e poucos jovens lá. A Itália é um exemplo.

Minha avó:

- Itália? Vai na Rhodia!!

Piada interna, apenas inteligível a andreenses ou profundos conhecedores da província! Sim, minha avó é uma moçoila. Não entra em fila preferencial nem-a-pau.
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Papo de balada.

Eu e tia Mari, na terceira parada de um sábado – ok, a idéia foi horrível Mari, eu admito! – eis que surge um ser:

- Vocês são daqui mesmo?

Mari:

- Sim, da caravana de São Paulo.

Eu me mato de rir com esta garota.
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Papo aleatório.

Ok, eu admito. Eu fiz uso da língua dos Nardoni (s) (?). Fê, esta é pra você.
Eu e o Fê matando tempo em casa, pra variar:

Babú:

-Em alemão, o ‘v’ tem som de ‘f’. Como em ‘Folkswagen’. Presta atenção nas propagandas, o locutor fala com som de ‘f’.

Fê:

- Ah, mas todo mundo fala Volkswagen.

Babú:

- É, todos mundos.
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Papo de Orkut.

A vingança é sempre maligna, Fê! haha

Fê:

- Pri, vamos no Geni de novo nesta sexta?

Babú:

- Vamos sim. Aniversário de quem desta vez?

Fê – Primeiro Scrap-resposta:

- hahaha nao é aniversario...é "bota dentro" de umas minas da facul q chegaram da italia! hahahahhahaha
bota dentro é foda, eu sei...

Fê – Segundo Scrap-resposta:

- alias, "bota dentro é foda, eu sei..." ficou bunitu! Rs
bjsss querida


Ai, Fê. Que será de mim nestes seis meses sem você!

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Rico é Deus

Fui passar uns tempos na barriga da baleia com meu querido amigo Jonas e, por isso, o vocabulário dos babuínos perdeu sua fluência. É um lugar bastante pacato, onde não há Maluf autografando sua “audácia” (é o título do livro, eu não tenho culpa), Marta tentando um revival, nem vice-governador do Estado chamando prefeito da cidade de “Geraldo Kassab”. É um tanto nauseante, devo admitir, mas bem mais tranqüilo do que a Paulicéia Desvairada. Porém, ao contrário de meu amigo Jonas, eu não assinei nenhum papel que me mantivesse lá até o fim da vida e, portanto, cá estou de volta ao fantástico mundo de Bob.

O caos por aqui está em tal grau, que pobre está assaltando miserável. Fê, um querido já apresentado anteriormente, pôde confirmar esta semana. Caminhava lá pelos lados da Consolação, quando avistou um ser humano conhecido. Tentando certificar-se de que se tratava de tal ser (o Fê é meio cegueta), aproximou-se calmamente da criatura. Eis que é abordado por outro ser: um garoto pobre, mais novo do que o Fê, mais fodido do que o Fê e, assim como o Fê, ainda esperando que os já citados picaretas larguem o osso e que alguma coisa produtiva seja feita, tanto pela Paulicéia, quanto pela Pátria-Amada-Idolatrada-Salve-Salve. Cena comum, um garoto pobre assaltando um garoto de classe média? Seria. Ele disse que aquilo poderia se suceder de maneira fácil ou difícil. Fê escolheu a maneira fácil. O garoto pediu todo o dinheiro do Fê, que abriu a carteira e ofereceu sua fortuna: R$2. O espanto do garoto foi inevitável. “Acho que vi uma nota de cinqüenta aí, hein?”, disse. E o Fê respondeu: “Se você achar, a gente divide”. Frustrado, o garoto pede o celular. “Nossa, é um favor que você me faz”, respondeu meu amigo. Imagine o estado do aparelho. O garoto desiste. Tentando manter o bom humor, Fê ainda se esforça: “Eu disse que você estava assaltando pobre...” Aí vem a melhor parte: “Rico é Deus! Rico é Deus!”.

Ah, sim. Àquela altura, o ser conhecido já estava fora de alcance.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Quero morar com o Jonas

Mestre Jonas

Rodix, Sá e Guarabira

Dentro da baleia mora mestre Jonas
Desde que completou a maioridade
A baleia é sua casa, sua cidade
Dentro dela guarda suas gravatas, seus ternos de linho
E ele diz que se chama Jonas
E ele diz que é um santo homem
E ele diz que mora dentro da baleia por vontade própria
E ele diz que está comprometido
E ele diz que assinou papel
Que vai mantê-lo preso na baleia até o fim da vida
Até o fim da vida
Dentro da baleia a vida é tão mais fácil
Nada incomoda o silêncio e a paz de Jonas
Quando o tempo é mal, a tempestade fica de fora
A baleia é mais segura que um grande navio
E ele diz que se chama Jonas
E ele diz que é um santo homem
E ele diz que mora dentro da baleia por vontade própria
E ele diz que está comprometido
E ele diz que assinou papel
Que vai mantê-lo preso na baleia até o fim da vida
Até o fim da vida
Até subir pro céu

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Vou morar com o Jonas porque aqui fora tá foda.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Foi dada a largada

Pois é, na sexta-feira passada, 09 de maio, meu inferno astral se iniciou oficialmente. Para infortúnio da família e dos amigos, meu inferno astral é como uma TPM, só que com duração de um mês. Algo como: “Bom dia! Bom dia por quê??”. Coitados. Este é sempre um período estranho na minha vida. Piadas de menos, mau humor de mais. Sabe aquela coisa: “puta, mais um ano passou, e olha eu aqui”? Esta sensação nunca vem no fim do ano, mas sim nos dias que antecedem meu aniversário. Claro que o período tinha que começar com o pé esquerdo, ou não se chamaria “inferno”. Mas isso não vem ao caso. Fato é que alguém veio com a pergunta: “O que você quer de presente de aniversário?” Disparei: “Sossego!!”. Porém, hoje, na estrada com negão – meu companheiro, que jamais me abandona, meu carro –, ocorreu-me o que seria o presente perfeito: juntar em um dia (período prorrogável, claro. Hehe) todos os momentos bacanas que vivi nos últimos tempos. Eu nunca fui muito boa com ordem cronológica, mas colocando tudo no mesmo balaio de gatos, seria algo assim:

Truco + papos + risadas + etc,etc, etc com a Rê, cerveja + papos aleatórios + filmes insanos com o Fê (outro amigo-irmão), papo na sacada + marlboritcho com meu irmão, pão de queijo + Norteña + DVD + o combo todo, conversas absurdas na madrugada com mamãe, cerveja + risadas (e broncas) com o Mu, Intercom (s) com a Mari, cerveja barata no Empório com a Lí, papo de varanda com o Má, rally no meio do canavial com a Joba + uma personagem fantástica, saga diária do Xerox com a Cris, edição de matérias com a Gaby, fechamento do JO + conselhos do mestre, violãozinho com a Vivi, o céu de Ribeirão, o frio na barriga antes de sair do avião + um vôo no pôr-do-sol, o cheiro da redação, jogar futebol de domingo à tarde, conversas no balcão da Ocean Drive (quem lembra?? Haha) com o Ju (irmão postiço desnaturado), viagens de vestibular com meu irmão, abrir a porta de casa todos os dias e encontrar meu irmão, ouvir a frase “eu tenho minha mão domável”, novos papos + novas risadas + novos queridos + constantes pérolas de Beverly.

Falta muita coisa aí no meio, mas se alguém achar este pacote e quiser me dar de presente de aniversário... Só não esquece o laço com fita amarela, ok?

terça-feira, 6 de maio de 2008

Vida de repórter

Quem tem insônia, como eu, sabe que o Programa do Jô pode ser melhor que qualquer remédio pra dormir. Ontem, no mínimo, rendeu uma risada. Observe como é moleza a vida de repórter.

http://www.youtube.com/watch?v=6YgVAWZrkt0

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Curtas

Esta quem contou foi a Renata, mais nova babuína de Beverly. Eu não vi, não sei, me contaram. Nossa honrosa instituição promoveu, há algumas semanas, uma campanha de doação de sangue. Ah, que orgulho estudar em um ambiente em que a consciência social dos alunos é aguçada. Pois é, segundo Renata, a doação foi incentivada por meio de concurso: você doa e concorre a uma viagem ao Ceará. Só em Beverly mesmo... Ela ouve uma garota: “Vai logo com isso”, na fila. E nossa babuína se pergunta: seria possível tanto altruísmo? “Eu quero doar pra ganhar a viagem, né?” Voltamos ao dilema de Tostines. A instituição forma o aluno ou o aluno forma a instituição?
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Com tantos escândalos sexuais – vide Ronaldinho “fumou-mas-não-tragou” – Beverly não ficaria de fora. Um professor deixou a instituição, mas o motivo é desconhecido. Segundo a versão da secretaria, o dito se desligou (funcionário on-off) da empresa, sem maiores explicações. O que rola nos corredores? Ele teria dado um tapinha na bunda de uma aluna que se recusava a sair do corredor. Não há comprovação, é fofoca mesmo. Porém, as circunstâncias – repentinamente e pós-semana de provas – além da falta de satisfação aos alunos, renderam a fofoca da semana em Beverly.
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Esta é uma piada interna, minha e da Rê – outra Rê, esta minha amiga-irmã. Semana passada, falávamos de uma garotinha de nossa convivência que, por vezes, nos tira do sério. Na ocasião, a Rê estava irritada com as atitudes da criatura e eu recomendei: “Lança um: Sai fora, falcatrua!” Virou nick do MSN dela. Como neste final de semana, os espinhos da infeliz sobraram pra mim, lanço eu: SAI FORA, FALCATRUA!! Esta é pra você, Rê!
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Ah, sim!!! “Palmeiras, minha vida é você!” Ok, não é a minha vida, mas esta é única musiquinha da torcida em que porcos e chiqueiros não estão envolvidos. Nada contra, sou porco até no zodíaco chinês, mas não acho que a melhor homenagem que poderia prestar ao meu querido time neste blog é “hoje tem festa no chiqueiro”. Gosto não se discute. Portanto, mesmo assistindo a final numa ressaca daquelas, balbuciando “Gol” cinco vezes – manifestações que não seriam audíveis nem pra alguém que estivesse a dois metros de mim – sou uma palmeirense feliz hoje. Até porque, eu ainda era uma adolescente rebelde na última vez em que vi aquela taça em mãos palmeirenses.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Era uma vez em Beverly

Beverly Hills rende mesmo várias piadas. Direção de atores, aula em que um guarda-chuva se faz necessário, dada a quantidade de perdigotos lançada ao quórum de alunos, geralmente bemmm restrito. O que seria uma redundância, já que quórum significa número mínimo e pessoas presentes. Blábláblá. A prova, aplicada na semana passada, apontava a seguinte questão: Jack Nocholson quer participar do seu próximo filme, embora não se encaixe no papel, e lhe envia a mensagem (juro, isto está na prova): “Quero ser ator principal desse teu filme (filmeco , imagino). Com uma condição: eu faço o papel como bem entender e quiser. Ninguém me dirige, eu me auto dirijo; levo comigo meu próprio coach para orientar. Topas?” Informal este senhor, não? Pois é. Você pode e não aceitar, mas te que justificar as duas respostas. ??? Conheço sim OU não. Sim E não tá difícil. Enfim, bem-vindo a Beverly. Quando sim, não vale “Porque confio no meu taco”, quando não, “Porque JN (de novo, ???) se tornou velho e pavorosamente feio”. Sim, isto foi questão de prova. Na aula de hoje, as babuínas (eu e Carol) entram na sala, atrasadas, como de costume, e prontamente uma ligeira discussão se sucede. Professor dizendo para um aluno que não é grosso; fosse grosso, o aluno teria conhecimento. As babuínas não entendem, afinal, a briga é em Língua Portuguesa, que não é seu idioma natural. Aluno: “Mas, professor... Profff... Prr... p..” Não conseguia terminar uma frase, uma palavra, na verdade. E o professor dizendo que isto é uma falta de educação, característica, segundo ele, desta turma de forma geral. “Quem vai ser seu ator”, para outro aluno, que balbucia: “O Bru...”. “Hoje não. Hoje vou dar aula. Aula meeeeeesmo”. Assumindo o risco de me tornar repetitiva, comento: ??????????? Pois é, nem eu.

Eu explico

Há tempos procurava um nome para um blog de pérolas como este se propõe a ser. Devo ter deixado passar várias “inspirações”, inclusive – principalmente - as minhas.
Maaaas, nada melhor do que uma pérola que virou lenda universitária para dar nome ao refúgio dela mesma e das várias que se seguirão no fantástico mundo de Bob em que vivo. Infelizmente, este deslize sutil não foi cometido por mim, mas por uma nova querida lá de Beverly Hills, onde eu finjo que estudo Cinema. Sim, a minha segunda faculdade, que será melhor apresentada em posts futuros.
Vamos ao que interessa: aula sobre linguagem e ideologia. Aula daquelas em que você descobre que o mundo não tem futuro, que você é um energúmeno regido por normas mercadológicas e que nunca vai ter pensamento próprio. Você é instrumento e objeto da ideologia – chupa essa manga e não reclama. “Não existe pensamento, idéia, fora dos moldes da linguagem. Isso diferencia o ser humano dos outros animais, a linguagem”, insiste o professor que, por si só, figura que é, valeria um post. Quem sabe outro dia. Minha querida Carol manda a bomba: “Mas e os babuínos? Eles têm um vocabulário de 60 palavras. Logo, eles pensam”. A aula foi destruída pelas risadas dos coleguinhas e o professor, gentil, claro, diz: “Preciso de mais informações sobre o assunto”, rindo. A discussão, que se estendeu um pouco mais do que isso – assim como as risadas – rendeu a lenda da faculdade. Sim, a pérola se espalhou pelos cursos da comunicação e é pauta de várias aulas, afinal, o ser humano não está sozinho em seu problema com linguagem. Pelos corredores, Carol é chamada “a garota dos babuínos” ou, simplesmente, “babuína”. Hoje, prometi a ela: o blog vai ser em sua homenagem!
Tá aí, Carol! Aqui se fala a língua dos babuínos!!